30 abril, 2010

Manhãs de outono

Já faz algum tempo que tenho percebido
Você já não me olha com aqueles olhos
Com aquele olhar de antes
Pelo qual eu me apaixonei
Algo o desvia de mim
O que será?
Ou quem?
Pelo menos eu ainda os tenho
Mas sinto que os perco a cada dia
Aos poucos
É quase imperceptível
Talvez se não lhe desse tanta atenção
Jamais notaria
Motivos existem
Culpados talvez não
Ao fim saberei enfim que sou eu.
Se negam a cruzar com os meus
Sei que a resposta para minhas duvidas estão dentro deles
Meu problema não é a duvida, essa eu já tenho
Meu medo é a certeza
Doce incerteza que me ilude nessas manhãs de outono
Ele me entorpece, me faz acreditar
A certeza me mataria.

25 abril, 2010

O dono dos seus olhos

Hoje eu acordei e você não estava ao meu lado.
Não queria levantar.
Sabia que o dia não ia ser fácil.
Fiquei na cama por quase uma hora, pensando.
Quem errou?
Tinha tudo pra dar certo.
Estávamos tão felizes e de repente isso.
Tudo o que vivemos juntos me passou pela cabeça.
Desde o nosso primeiro encontro até a decisão de ontem.
Eu não queria que fosse assim.
Tenho que reconhecer que hoje estou mal.
A decisão foi toda sua. Eu não tive participação nisso.
Você não veio conversar, apenas me comunicou de sua decisão.
Quando isso começou eu perguntei se você queria.
Não tomei essa decisão sozinho.
E agora por que você monopoliza as decisões?
Eu não quero. Eu quero você.
Mas eu não vou ter.
Quem é esse cara que se intrometeu em nosso caminho?
Não me importa quem seja. Ele não vai te tirar de mim assim tão fácil.
Eu não vou desistir de você, não sem lutar.
É você que eu quero. Vou te provar.
Vou te mostrar que sou o dono dos seus olhos.
Eu sei que ele não te ama como eu.
Quem roubou você de mim?
Quero provar pra você
Que eu sou sua paixão
Sou eu quem mexe com seus sentimentos
É você quem mexe com os meus.
Ele não te quer como eu.
Eu só não sei como mostrar isso pra você.
Me desculpe.

22 abril, 2010

H1N1

Em tempos de vacinação, tive a idéia de relembrar meu primeiro post no 7cismo. E foi mais ou menos assim:

Resolvi sentir na pele como é vista uma pessoa que supostamente está infectada com o vírus da Gripe A. Digo supostamente porque não é possível afirmar que uma pessoa está gripada ou não só de olhar para ela. Pedi a minha mãe que trouxesse algumas máscaras descartáveis do hospital onde trabalha. Ao sair na rua, as poucas pessoas que por lá estão sequer me notaram, apenas alguns senhores jogando dominó no bar próximo de minha casa. No bar seguinte cumprimento um senhor torcedor da Sociedade Esportiva Palmeiras que me manda tomar cuidado com a gripe do porco, nada fora do normal até ai. Só um olhar mais atento da dona do bar.

Chego ao ponto de ônibus, e ai sim viro o centro das atenções. Mais parecia ter saído nu de casa, mas a reação já era esperada. Alguns olhares espantados, outros com um pouco de pavor, mas tudo dentro do esperado.
Dentro da lotação me senti um ser de outro planeta, demorou bastante até que alguém se sentasse ao meu lado, era o único lugar disponível. Aproximadamente no número 2500 da Estrada do M Boi Mirim desço da lotação para tomar um ônibus que leve direto ao centro. O ônibus demora e as pessoas no ponto começam a me observar com mais atenção que o normal. Os passageiros que passam em outros veículos também me observam com uma atenção maior que o normal.

Até que enfim o Praça Julio Prestes prefixo 609-M chega, ao adentrar sou encarado pelo cobrador que nada fala, nem precisava era notável a sua surpresa. Os passageiros vão entrando, me olham com curiosidade, mas continua tudo dentro do normal. Até que percebo que um dos homens que estão em pé começa a me olhar com um modo diferente. Naquele momento me senti indo para um jogo do Corinthians com a camisa do São Paulo F.C. Parecia que a qualquer momento ele iria dizer alguma coisa, ou que poderia até me tirar do meu assento. Mas logo ele desceu e minha tensão diminuiu.

Ao descer próximo ao Terminal Princesa Isabel já era noite, poucas pessoas na rua notaram a minha máscara. Um grupo em frente ao prédio da Porto Seguro veio em minha direção, mas não demonstraram nada de incomum. Ao chegar ao Viaduto Orlando Murgel um senhor aparentemente bêbado me diz algumas palavras, infelizmente não consegui entender o que ele me disse.
Já dentro da faculdade ganho novamente um destaque maior que o habitual, exceto de meus colegas de classe que já conhecem as minhas loucuras. No retorno para casa vou até o Terminal Bandeira, outro local de bastante movimento, mas o máximo que recebo são alguns olhares mais atentos. Ninguém parecia se incomodar.

No primeiro dia de reportagem não vi nada que pudesse ter me chamado a atenção, mas o preconceito me pareceu um tanto quanto exagerado, afinal só usava uma máscara e em momento algum disse estar doente, mesmo assim ganhei um destaque muito maior que o merecido, um destaque negativo, como se eu tivesse culpa por estar ali.

20 abril, 2010

E o romantismo acabou?

Ouço isso quase que diariamente.
Principalmente, aliás, somente da boca de mulheres.
Não que eu seja um poço de romantismo, mas será que acabou mesmo ou só mudou de nome?
"Não se fazem mais homens como antigamente"
Essa é a uma frase que ouço constantemente.
Mas antigamente quando? Ontem, semana passada, mês passado, século passado?

De fato mudamos, mas o mundo inteiro também mudou.
E a Amélia?
Por acaso não ficou perdida no passado também?
O que vocês, mulheres, querem?
Alguém para abrir a porta do carro? Do elevador?
Carregar as compras? Os livros e a bolsa?
Isso é educação, não romantismo.
Vocês querem alguém que lhes dê carinho, atenção, que vos ouça.
Melhor comprar um cachorro. Eles fazem isso muito bem.
Já sei, querem alguém para conversar, para compartilhar seus sentimentos e que ainda levante a tampa do vaso?
Esqueça, essa cara é gay.
Querem flores?
Presentes em datas inesperadas?
Ligações apaixonadas no meio da madrugada?
SMS, e-mails românticos...
Isso dura pouco tempo, vocês mesmo logo se enjoam, admita.
Querem um homem sensível a ponto de entendê-las.
É uma pena que essa cara morreu sem ter o tempo de explicar como se faz isso.
Não existe um homem ideal, perfeito.
Mas não temos culpa se vocês só encontram os cafajestes pelo caminho.
Aqueles que até abrem a porta, mas só para ficarem admirando certas partes enquanto você entram.
Não jogue fora toda uma caixa de bombons só porque no meio você encontrou um meio amargo. Se bem que há quem goste.

Já pararam para pensar o contrário?
Nós também temos os mesmos anseios, as mesmas procuras.
Gostaríamos da perfeição? Sim
A encontramos? Não.
Não nos tornamos ogros da noite para o dia.
Tendo em vista os nossos ancestrais das cavernas, evoluímos, e muito.
Em momento alguém da história regredimos.
Penso que as exigências ficaram grandes demais.
Não existe perfeição.
Existe compreensão.
A famosa tampa da panela que sua avó sempre falou.
Pode ser que ela não se encaixe tão bem, mas pior é ficar sem ela.
Não peça sempre o máximo. Estimule o pouco.

17 abril, 2010

Apenas Olhares

Eu estava quieto. No meu lugar.
Daí você apareceu. Linda
Não sei bem ao certo explicar, mas você chamou a minha atenção.
Eu olhei para você e fiquei hipnotizado. Acho que foi isso.
Para minha surpresa vi que você também me olhava.
Por diversas vezes nossos olhares se cruzaram.
Pude então notar que você também me olhava.
Por pelo menos três segundos.
Três míseros segundos.
Apenas isto.
Foi o tempo que ficamos olhando um para o outro.
Sem palavras. Só olhares.
Nada precisava ser dito.
Três segundos que não serão esquecidos.
Uma troca de olhares.
Nada além disso.
Nem precisava, estava implícito
Meu jeitão fechado. O seu dengoso.
Por diversas vezes essa cena se repetiu.
Sem qualquer um dos dois esboçar uma reação.
A vontade que tive naquele momento era de ir até você.
Apenas olhar já não me era o bastante.
Eu tinha que me aproximar.
Falar o que estava se passando dentro de mim.
Você notou que meu olhar te buscava em meio à multidão.
Você também o fazia.
Mesmo assim fiquei inerte.
Não me movi.
Não saciei meu desejo.
Você se foi.
Antes de descer do ônibus ainda olhou para trás
No seu olhar notei um ar de decepção.
O meu não deveria ser diferente.
Sei que nunca mais vou vê-la.
Deixei a chance passar.
Vou ter que conviver com isso por um bom tempo.

15 abril, 2010

Perto de mim

Sinto você perto de mim.
Sei que é mentira, uma ilusão.
Mais uma coisa da minha cabeça.
Não pode ser verdade.
Só que não consigo parar de pensar.
Parece que a qualquer hora eu vou te encontrar.
E se isso acontecer? O que fazer?
Não saberei como agir.
Tudo o que eu mais quero é te ver
Mesmo assim, sinto que não estou preparado para isso.
Essas lembranças insistem em me atormentar.
Não diria que são um tormento, são até boas.
Mas me colocam pra baixo.
Sei que não vou te ter.
O pior de ter te perdido, não é ter perdido.
É saber que a culpa foi minha.
Que o erro foi meu.
E que tive todo o tempo para corrigir e não o fiz.
O que morreu em você, só cresceu dentro de mim.
Mas infelizmente não posso amar por dois.
Bem que eu gostaria.
Eu sei que ainda vou te encontrar.

14 abril, 2010

E assim é a várzea

Terra? A grama aqui nasce por acaso, de teimosa que é. Aliás, grama nada, é mato mesmo, e dos ruins, se fosse grama já tinha morrido, isso aqui mais parece uma erva daninha. Nosso campo não tem tamanho correto, nem dimensões oficiais, e se as tiverem é por acaso. Às vezes nem fazemos as marcações das linhas laterais e de fundo. Quando a bola sai é aquele “auê”. Bola essa que aqui não é das mais perfeitas. Quadrada, oval, até com ela murcha já jogamos. Mas usamos até o fim, dá uma dó colocar aquela bola novinha, branquinha no meio daquela marmanjada ruim de bola.

Tá, tem uns que até sabem usá-la, esses são os primeiros a serem escolhidos. Agora os gordinhos, ou são os donos da bola ou então vão para o gol, na linha é sem chance. No máximo consegue uma vaga na zaga para completar o time, no máximo.
Tudo sempre começa por acaso, jogar bola todo mundo sempre quer, desde criança é assim. E quem disse que não somos? Quando vejo aquela redonda, rolando, linda na minha direção, pareço que volto aos meus oito anos. Nada mais me importa ao redor, agora, o momento é só nosso. E ai de alguém querer tirá-la de mim. De vez em quando dá até briga aqui, e tudo por causa dela.

Ninguém aqui é metido à besta, quem manda no campo somos nós. É difícil vir aqui e tirar um ponto da gente, aqui é nossa casa. Nós que construímos esse campo, colocamos as traves que no começo eram de madeira ainda. Um deu a cal, o outro trouxe o balde, um outro ali emprestou a broxa, e o campo foi ganhando suas formas. Algumas maiores outras menores, retas, tortas. Ah. Ninguém liga. Até que a bola começou a perturbar a vizinhança, uma janela quebrada ali, um carro amassado aqui, e tivemos que comprar uma grade. Ai sim, foi uma baita grana. Mas valeu a pena. O problema é que ela já está um pouco gasta, quase não segura nada, parece que a qualquer hora o vento vai derrubá-la ou até mesmo alguém vai pegar tétano se encostar-se a ela.

O maior orgulho nosso é ver a molecada brincando nesse campo, como me dá prazer. Saber que eles estão aqui por nossa causa, que poderiam estar por ai perdidos no mundo, mas não, estão aqui jogando bola no campo que eu ajudei a construir. Bem que a prefeitura poderia ajudar a gente, mas é difícil, eles estão preocupados é com eventos pra rico, periferia mesmo só de 4 em 4 anos. Na eleição chove vereadores, deputado, às vezes até prefeito, promete isso, aquilo. Um já disse que iria fazer um ginásio poliesportivo, que nada, nem campinho de bocha nós conseguimos.

Mas tudo bem. É mais gostoso assim. Saber que isso tudo é fruto do nosso sangue, do nosso suor, do nosso trabalho. Isso tudo aqui é só nosso, da comunidade, do povo. Eu vou passar, meu amigos também, mas esse campinho aqui será eterno, pelo menos na memória de meia dúzia que lutou para que ele existisse.

12 abril, 2010

É dia de clássico.

Domingo.
Levanto às 9h da manhã.
Ainda tonto devido à bebedeira de sábado.
Café da manhã é pastel na feira.
Encontro alguns amigos. Ninguém vai para o jogo.
Vou sozinho.
O jogo é às 16h.
Saio às 14h. Sem almoço.
Resolvi ir andando pelo bairro para ver se encontro alguém que vá ao jogo.
Ir de carro é sempre melhor que ônibus.
Não encontrei ninguém. Vamos se busão mesmo.
Nas ruas encontro alguns tricolores, alguns alviverdes, outros alvinegros. Mas nenhum com a camisa do rival e hoje.
Tenho três caminhos para fazer.
Só tenho que tomar cuidado para não me encontrar com os torcedores do outro time.
É justamente no caminho mais curto que eles estão. Melhor dar a volta.
Vou pela Marginal Pinheiros, até a Cidade Jardim.
Lado tricolor.
O ônibus logo vem a batucada e a cantoria não se deixa enganar, é dia de jogo.
Entro no ritmo.
15h30 já estou na porta do estádio.
Sem filas. Nem parecia uma semifinal.
Entro e vou para meu lugar favorito.
Atrás do gol.
O jogo começa e tudo lá fora fica para trás.
Os problemas, o trabalho, a faculdade.
Por 2 horas nada mais me importa.
Sou só eu e meu time.
Intervalo de jogo, alguns vão ao banheiro outros comem um lanche.
Mas eu nunca saio do meu lugar.
Posso perdê-lo. Não corro o risco.
Sempre em pé.
Fim de jogo é sempre um drama.
Não se passa ônibus próximo ao estádio.
Tenho que caminhar.
Tenho novamente três caminhos.
O mais curto não posso usar.
Vou pelo mais longo que também é o mais fácil.
Em alguns minutos já estou na Francisco Morato. E outros em Pinheiros e logo logo em casa.
É dia de clássico.
Todo cuidado é pouco, mas eu nunca tive problemas.
Não vou para brigar. Sei onde estão as brigas.
Me desvio delas.
Não provoco ninguém nas ruas.
Futebol é importante, mas não vale a minha vida.
Posso morrer pelo meu time, mas vai ser do coração.
O caminho de volta nas vitórias é divertido. Nem parece tão longo.
Nas derrotas são árduos.
Parece ter o dobro, o triplo da distancia.
Tem um peso nas costas. É difícil de caminhar, não se canta, ninguém conversa.
Silencio fúnebre toma conta das ruas.
Só quebrado pelos vendedores de cerveja.
Radio ligado. Fone no ouvido.
Analise do jogo, entrevistas.
Hoje é dia de clássico.
Não há uma preparação especifica, mas é um dia diferente. É especial.

O jogo? SPFC 2x3 SFC.

O caminho de volta foi longo.

09 abril, 2010

A Festa da Democracia.

Entrei no ônibus e logo vi o convite para a festa.
A Festa da Democracia.
Está aí um convite que gostaria de declinar.
Mas posso?
Não.
Não sou convidado para a festa, sou intimado a participar.
E o pior, tenho que levar o presente.
Meu voto.
Mas em quem votar?
Opções são muitas.
Mas que resultam sempre nas mesmas.
Tem aquele que promete mudar tudo e acaba deixando como está.
Tem o outro que quer deixar como está e muda tudo. Para pior, é claro.
E tem aquele ainda que só reclama, reclama. Nunca é eleito, mas também se for, não vai saber o que fazer.
Entre azuis e vermelhos poucos se salvam
Ah, mas tem os verdes. Verdes?
Já foram vermelhos ou azuis, mas agora não querem se misturar novamente e nem ficar de fora. Criam uma nova opção. Nova? Ou só mais uma para nos confundir.
Em meio a tantas cores, queria mesmo era ser daltônico.
Votar em branco? Nulo?
Ainda não sei, me parece fugir da raia.
Não me venha com aquela história de jogar o voto fora, não é isso.
Mas não votar para depois dizer que não tem nada haver com aquilo e poder criticar qualquer lado, ou cor, não me parece a melhor solução.
Não me parece, não quer dizer que não seja.
Tenho a minha, você também deve ter a sua opinião.
Já começou os preparativos para a festa.
O Nardoni já foi preso.
O BBB já acabou.
A Copa ainda não começou.
Mas a corrida já. E não é a Formula 1.
É a disputa por um lugar ao sol.
Aquele que era inimigo, agora anda a seu lado.
Quem te chutou hoje te faz caricias.
O seu passado te condena, mas quem se lembra disso?
Você prometeu fazer aquilo. Mas não fez?
Culpado? A administração passada deixou tudo bagunçado. Quer o segundo mandato para não fazer aquilo novamente. Afinal depois você vai embora e ninguém te cobra mesmo. Azar do próximo.
A festa vai começar. Não esqueça seu convite.
Nem ligue muito para seu par.
Você só dança depois. Mas não dança sozinho.
Vote consciente.
Consciente de que não vai mudar nada.
No Regime Democrático só tem gordinho faminto.
E a porta da dispensa está sempre aberta...

08 abril, 2010

Lá vou eu me enganar mais uma vez.

Lá vou eu me enganar mais uma vez.
Eu lutei.
Juro que tentei tirar isso de dentro de mim.
Mas não teve jeito.
Estou novamente entregue.
Vulnerável.
Confesso que estava descrente que isso poderia acontecer novamente.
Olhando para os outros, os via felizes.
Sentia uma pontinha de ciúmes.
Inveja até.
Por que eles podem e eu não?
Queria ser feliz também.
Segurei minha onda.
Foi difícil. Mas não dá mais.
Lá vou eu me iludir mais uma vez.
Espero que não.
Desejo que desta vez seja de verdade.
Não me engane.
Não me faça sofrer novamente.
Eu só quero sentir a felicidade que já senti outrora.
Quero voltar a sorrir. A rir à toa.
Dar bom dia até para as árvores.
Ser chamado de bobo alegre.
Não quero iludir mais uma vez.
E lá vou eu.
Gostei de ontem.
Domingo já havia sido fantástico.
Mas ontem me empolguei ainda mais.
Será? Tomara.
Está quase me convencendo.
Diria que está no caminho certo.
Tomara.
Domingo eu vou te ver.
Não me decepcione.
Meu coração ainda está machudado.
Não aguentaria outro baque.
Eu sei que o que queremos é muito maior.
Sei que não vou me contentar só com isso.
Mas já seria um começo.

São Paulo. Morumbi.
11 de Abril de 2010. 16 horas.
Vamos lá. Eu acredito.

07 abril, 2010

O Brasil nas Copas do Mundo FIFA

O Brasil é a única seleção que participou de todas as 19 edições da Copas do Mundo FIFA, já contando com a Copa da África. Chegou a sete finais. Tendo conquistado o título cinco vezes, 58, 62, 70, 94 e 02, se tornando a primeira seleção tri campeã mundial, o que lhe rendeu a posse definitiva da taça Jules Rimet em 70 no México e também a única Penta Campeã. As outras finais foram em 50 no Rio de Janeiro e em 98 diante da França em Saint-Denis.


Uruguai - O Brasil esteve presente para a disputa da primeira Copa do Mundo de futebol, o seu maior adversário foi o desentendimento entre times do Rio de Janeiro e de São Paulo. O que fez com que os melhores jogadores não participassem da competição. A seleção foi eliminada pela Iugoslávia por 2x1. O destaque brasileiro foi o jogador Preguinho, com três gols

Itália – Essa foi a pior participação brasileira em Copas do Mundo. Realizou apenas um jogo contra a seleção da Espanha e foi derrotada por três tentos a um. A seleção foi novamente prejudicada, desta vez pela desordem entre os dirigentes das entidades futebolísticas amadora e profissional.

França – Desta vez sem desavenças entre seus dirigentes, a seleção montou um bom time, que contava com o excepcional Leônidas da Silva no comando do ataque. Marcando sete gols no torneio, o Diamante Negro, como era conhecido foi o artilheiro. E o Brasil ficou com o terceiro lugar, tendo perdido apenas para a campeã Itália.

Brasil – Em 1950 o Brasil era tido como grande favorito. Tinha um bom time e ainda jogava em casa. A final era contra o Uruguai, já bi campeã olímpica e vencedora o primeiro mundial. Com gols de Schiaffino e Ghiggia a Celeste Olímpica conquistava o bi, Friaça marcou para o Brasil na partida que ficara conhecida como Maracanaço.

Suíça – Em 1954 o Brasil tinha uma grande seleção, Djalma e Nilton Santos, Didi, Julinho Botelho, entre outros. Mas não era o suficiente para vencer a Hungria de Ferenc Puskas e Cia. No jogo que ficara conhecido como a Batalha de Berna, a seleção brasileira foi derrotada por 4x2. Logo após o apito final, uma briga generalizada entre os jogadores manchou a eliminação dos brasileiros.

Suécia – Enfim, Campeões. Com um time com Pelé, Vavá, Zito, Garrincha, Didi, Gilmar e Zagallo o Brasil não poderia perder aquela Copa. Nem mesmo para os donos da casa. Uma peculiaridade marcou a final, ambas as seleções jogavam de amarelo. Os dirigentes brasileiros compraram então um pano azul e confeccionaram as novas camisas, para motivas os jogadores, disseram que era a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. O jogo? 5x2 para o Brasil, fora o baile e Bellini faz história levantando a taça.

Chile – A base é mantida e novamente a escrete canarinho não toma conhecimento de seus adversários. Na primeira fase só não vencera a Tchecoslováquia, empate por 0x0, mas na final não teve jeito, 3x1 e o Brasil conquistava seu segundo caneco, com shows de Garrincha e Vavá, artilheiros daquela competição e grande destaque para o camisa 10, Pelé e para Amarildo autor de três gols. Na foto, Mauro ergue a taça.

Inglaterra – O Brasil não lembrava nem de longe as seleções campeãs das ultimas Copas. Era um time confuso. E o pior aconteceu contra a seleção de Portugal, de Eusébio, o Pantera Negra. O Brasil saiu derrotado por 3x1, sendo eliminado ainda na primeira fase. O jogo foi marcado pelas duras entradas em Pelé por parte do time português, que saiu machucado no meio do jogo.

México – A melhor seleção de todos os tempos. Assim é conhecido o time brasileiro da Copa de 1970. Pelé, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Gérson, Jairzinho, Rivellino e Tostão, entre outros formaram um time memorável. Comandados por Zagallo. No jogo final contra a Itália vitória por 4x2 em pleno Estádio Azteca com mais de 100 mil espectadores. Era o Tri, e a taça Jules Rimet, nas mãos do capitão Carlos Alberto Torres, seria definitivamente nossa.

Alemanha – Ainda com Zagallo no comando da equipe, mas já sem o Rei Pelé, a seleção foi em busca do Tetra com uma equipe muito criticada pela imprensa da época. Mesmo tendo como base a seleção de 70 o Brasil sucumbiu diante da poderosa Holanda de Cruijff e Rinus Michels. A Laranja Mecânica não tomou conhecimento dos atuais campeões, vitória fácil por 2x0 na cidade de Dortmund.

Argentina – A Copa da Argentina foi com certeza a mais suspeita das copas. O Brasil só não chegou à final por causa da suspeitíssima goleada de 6 a 0 da Argentina contra o Peru. Resultado que eliminou os brasileiros e classificou a seleção da casa. Roberto Dinamite e Dirceu foram os destaques da campanha com três gols cada um.

Espanha - A Seleção Brasileira era considerada a melhor equipe do mundo, recheada de craques como Zico, Sócrates e Falcão, Júnior, entre outros, comandados por Telê Santana. Mas na partida contra a Itália em Barcelona, o atacante Paolo Rossi marca os três gols italianos da partida, elimina o Brasil e torna-se o Carrasco de Sarriá.

México – Com um time tão bom quanto o da Copa passada o Brasil fora em busca do Tetra ainda com Telê Santana como técnico. Mas nova decepção, desta vez diante da França de Michel Platinni. Derrota nos pênaltis e a seleção saíra da Copa de maneira invicta, mas sem o título. E Telê ganharia de vez a fama de pé frio.

Itália – Em 90 pela primeira vez, sob o comando de Sebastião Lazaroni, a seleção utilizou o esquema 3-5-2. Foi uma lástima, a pior seleção dos últimos anos. O Brasil foi eliminado pela Argentina de Maradona e Caniggia ainda nas Oitavas, no estádio Delle Alpi na cidade de Turim. Com craques como Careca, Muller e Romário até hoje não se entende o que aconteceu com aquela seleção.

EUA – Após um jejum de 24 anos sem conquista, o time brasileiro chega aos EUA desacreditado. Terminou a primeira fase como líder do grupo, duas vitórias e um empate com a Suécia. Nas Oitavas venceu os donos da casa por 1x0 no dia mais importante da história estadunidente, o dia da Independência. O 3x2 contra Holanda foi um dos maiores jogos da Copa. Na semifinal novamente a Suécia, desta vez vitória, 1x0. Com um futebol pragmático e dependente dos gols de Romário o Brasil fez a final contra a Itália, a única sem gols na história. Na decisão por pênaltis Roberto Baggio chuta para fora e dá ao Brasil o sonhado Tetra Campeonato Mundial.

França – Com o melhor jogador do mundo, Ronaldo, o Brasil chega com todo o favoritismo que uma seleção poderia ter. A perda de Romário, cortado por lesão, nem parecia ter afetado o time. O Brasil era de fato o melhor time do mundo. Só esqueceram de avisar isso para a França de Zidane. Na final, 3x0 com dois gols do craque francês, seus únicos em toda Copa.

Coréia do Sul/Japão – Com uma seleção jovem e novamente no fracassado esquema 3-5-2, agora sob a batuta de Luis Felipe Scolari, a seleção chega com desconfianças à Copa. Mas com sete vitórias em sete jogos, o time passa a ser comparado ao de 1970. Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho brilham e o Brasil conquista o Penta em uma final contra a Alemanha, 2x0 com dois gols do artilheiro Ronaldo, fez oito no total. Numa Copa onde as favoritas França e Argentina foram eliminadas logo na primeira fase o caminhou ficou livre para o Brasil. Vitórias contra Turquia, China e Costa Rica levaram a seleção às oitavas contra a Bélgica, 2x0. Nas Quartas um grande jogo contra a Inglaterra credenciou o time ao título, 2x1. Nas semis a surpresa turca no caminho novamente. Muita dificuldade e vitória por 1x0.

Alemanha – Mantendo a base de 2002 a seleção chega cheia de pompa ao Mundial de 2006. Mas o favoritismo não se concretizou dentro dos gramados e novamente Zidane, novamente a França de 86 e 98. Após gol de Thierry Henry, em falha bisonha da zaga brasileira o Brasil é eliminado e se torna freguês dos franceses. Brasil 0x1 França na cidade de Frankfurt.


03 abril, 2010

Procura-se você

Procura-se.
O difícil de descreve-la aqui é que só a vejo em meus sonhos.
No minimo deveria estar dormindo para vê-la novamente.
Bem, vamos lá.
Procura-se você!
Você que insiste em atormentar meus sonhos durante a noite.
Você que do mesmo jeito que aparece se vai.
Você eleva meus desejos ao máximo e depois me deixa só.
Procura-se você.
Sim, você que habita os meus pensamentos durante o dia.
Você que me distrai durante as aulas e até no trabalho.
Aquela que me faz viajar.
Sonhar até mesmo acordado.
Você!
Talvez fruto de uma imaginação fértil.
Talvez você nem exista.
Talvez nem goste de mim.
Ilusões. Apenas isto.
Cacheados.
Isto, cacheados. Os seus cabelos.
Uma cor diferente, algo entre um castanho bem claro e mel.
Sombrancelhas grosas. Bem marcadas. Destacam-se sob um olhar avassalador.
Olhos claros, bem próximos à cor dos cabelos.
Perfeitos.
Hipnotizavam-me.
Pele alva.
Tão clara quanto à neve.
Tão macia como a pele de um pêssego.
Ouso dizer deliciosa.
Boca pequena. Vermelha.
Tão vermelha quanto o rubor de tua face em certos momentos à noite.
Teu cheiro. Posso senti-lo a quilometros de distancia.
Basta fechar os olhos e te imaginar.
Ele vem, junto com o ar que respiro.
Outro sonho. Esse um pouco mais real.
Será que estou perto de te encontrar?
Tomara.

02 abril, 2010

Algo de errado

Tá bom. Não sou de ferro.
Chega. Nem eu agüento.
Segurei até aqui. Não dá mais.
Vou explodir. Não sei o que houve.
Está tudo tão bem. Tudo tão bom. Mas não está certo.
Tem alguma coisa errada comigo.
Quando eu percebo isso, normalmente já é tarde.
Não tem como voltar atrás.
Será que ainda dá tempo de concentrar?
Daria se eu soubesse por onde começar.
Não sei.
Tampouco sei o que está havendo.
Estou confuso.
Minha cabeça está a mil, cheia de idéias, de pensamentos, de vontades e desejos,
Se não fosse eu mesmo diria que preciso de ajuda.
Talvez do conselho do conselho de um amigo.
Da voz de alguém que me conheça tão bem quanto eu mesmo.
Pena que não existe alguém assim.
Ela existiu, mas eu não deixei.
Talvez seja a falta dela que estou sentindo.
Mas como se sente falta de algo que nunca se teve?
Talvez seja esse o problema.
É, não sei.
Admito. Estou mal.
Ninguem sabe disso. Nem vão saber.
Talvez se soubessem poderiam me ajudar.
Não quero ninguém se metendo em minha vida.
Não quero que se preocupem.
Não quero que pensem que sou fraco.
Não sou.
É só um momento.
Vai passar.
Eu sei que vai.
Está tudo tão bem. Tudo tão bom. Mas não está certo.
Não há bem que dure ou mal que nunca acabe.
Eu sei disso. Vai passar.

01 abril, 2010

Uma velha infância

Não confundam uma amizade sincera com pretensões de relacionamento,
Um homem pode sim querer bem um mulher sem ter segundas intenções.
Não acabem com isso!
Nem toda aproximação é por desejo.
Nem toda cordialidade é romantismo.
Não confunda paixão com educação.
Sim, pode ser que na maioria das vezes se queira chamar a atenção.
Ser notado pela outra pessoa.
Na maioria. Não em todas.
Às vezes é brincadeira.
Molecagem mesmo.
Coisas da infância. Típico.
Qual menino não atazanava uma menina?
Por que 15, 20, 30 anos depois esse sentimento teria que mudar?
Não tiram isso da gente!
Afinal, quem não gostaria de voltar a ser criança?
E daí que fizermos isso de vez em quando?
Toda brincadeira é sadia, desde que haja o respeito.
Não deixe essa ingenuidade morrer.
Não tire suas próprias conclusões
São precipitadas.