30 setembro, 2010

Redes Sociais: Exposição em demasia da vida particular

Sei a hora em que você se levanta. Seu também quando vai dormir. Sei exatamente quando está em casa, quando saiu, quando vai voltar. Isso se você voltar. Sei de todos os seus horários, de suas rotinas, de seus afazeres. Todo o seu cotidiano. Quando muda algo já não me surpreende, sei também que és indecisa por diversas vezes.

Sei exatamente onde você mora, conheço toda sua família e amigos. Inclusive o seu lindo cãozinho de estimação que sei que não é capaz de fazer mal nem as próprias pulgas. Sei a padaria em que você compra pão, e até qual o seu café da manhã preferido. Logo após o banho demora um pouco para escolher a roupa, mas logo aparece na rua indo em direção ao trabalho.

Pega ônibus no mesmo lugar, sempre cheio. Diversas vezes atrasado, e o motorista lerdo é o mesmo de sempre. No metrô lotado sempre reclama do cara que vai atrás de você, um safado, diga-se de passagem. No trabalho tem a atenção de todos, é bastante eficaz no que faz. Logo receberá uma promoção pelos serviços, tenho absoluta certeza. Tanto quanto você. Sai para almoçar às 13h, diversifica. Carne vermelha quase nunca, às vezes até vai a uma churrascaria, mas sempre com os amigos, os colegas mais próximos do trabalho. Nos outros dias almoça só, não come muito.

Tem medo de engordar e por isso voltou a fazer academia recentemente. Volta para o trabalho e logo despejam uma avalanche sob sua mesa. É trabalho para mais de uma semana, mas tem que ser feito hoje, e para ontem. Vai embora sempre depois de todos, diversas vezes já apagou a luz do escritório. Na sexta é dia de “Happy Hour” com a galera do trabalho. Sempre no mesmo bar, sempre os mesmos pedidos.

Ganha bem, tem carro, mas não suporta o transito da cidade. Por isso só dirigi nos fins de semana, para trabalhar vai de ônibus mesmo. Gostaria de viajar, conhecer alguma praia do Nordeste. Não namora. Mas diverte muito com os amigos. Festas, baladas, bares.

Mora bem, um bairro pequeno, bem próximo a área nobre da cidade. Apesar de não se considerar, tem um nível de vida bem diferente dos vizinhos.

Sei tudo sobre você, seus horários, suas preferências, os locais frequentados, de quem gosta, do que gosta, onde está, para onde vai. E tudo isso sem nunca ter cruzado com você pela rua.

Como?

Redes Sociais.

Eu nunca te perguntei nada, você sempre me disse tudo. Tudo o que eu precisava. Agora a única coisa que eu preciso é que sua família pague o resgate, mas isso não dá pra fazer pelo Twitter.

27 setembro, 2010

Meus Desejos

Vontade de fazer tudo o que quero
De largar tudo
De sair correndo pela rua
Ir até aí
Te roubar
Te beijar
Te amar
Ter você para mim
Vontade de saciar os meus desejos
Minhas fantasias
E por que não as loucuras
Vontade maluca de ter você
Ao meu lado
Em meus braços
De te sentir
Sentir sua respiração se misturar com a minha
Seu coração batendo forte
Mais forte
Sua respiração tão ofegante quanto a minha
Seu corpo junto ao meu
Ouvir sua voz perdida
Sentir você me tocar
Me desejar tanto quanto eu desejo
Eu
Você
Mais nada e o mundo para
Mesmo que por uma fração de segundos
Mesmo que por quase nada seriamos apenas nós
Não eu
Não você
Nós, juntos, amantes
Só eu e você
Que vontade de te roubar
De te levar comigo
fazê-la minha
Tornar-me teu
Desejos, vontades, tentações, imaginações
Não passam disso, vontades
Um dia te levo comigo e de saudades suas eu não morro mais

26 setembro, 2010

Preciso te esquecer

Noite fria
E eu aqui sem você
Onde estará?
Será que pensas em mim?
Nem que seja por um minuto, por um momento
Por um dia
Uma vez
Será que me vê fazendo aquelas palhaçadas?
Será que ainda se lembra de mim?
Será que ainda sabe quem sou?
Que existo
Será que tens a esperança de me encontrar um dia pela rua
Será que ages como eu, como um tolo?
Um bobo a procurar
A olhar pelas ruas
Em cada esquina buscar o teu olhar
Mesmo numa noite fria como a de hoje
Será que ao menos sabes que eu existi
Que fui alguém para ti como é para mim
Será?
Diversas foram ás vezes
Não aproveitei
Não sabia como
Não fiz
Perdi
Te perdi
Me perdi
E hoje neste gélido anoitecer você me vem à cabeça
Onde estará?
Preciso te esquecer
Mas não faço a menor questão disto acontecer.

18 setembro, 2010

Te levo

Teus olhos já não consigo esquecer
Não sai mais da minha cabeça aquele seu olhar
Não dá para esquecer seu perfume, ele parece me viciar
Olho ao meu redor e tudo é tão sem graça, exceto com você
Quando te vejo meu mundo ganha cor
Por isso eu corro para te encontrar
Corro para te amar
Mas vou sem pressa
Eu sei que um dia vou chegar
Todo é um novo e diferente dia
Porem a agonia é a mesma
Meus pensamentos me tiram a paz
Um dia eu chego, você vai ser minha
Nem que eu tenha que te roubar
Viver assim distante não é o bastante
Eu quero viver
Eu quero você
Viver com você
Um dia te levo comigo, você vai ver

17 setembro, 2010

Detalhes

Detalhes, peculiaridades outrora tão pequenos e até insignificantes
Hoje me fazem lembrar você
Lugares e alguns momentos
Tudo teve seu tempo
Na rua, na esquina
Naquela praça, naquele banco, aquela árvore
O ponto, o ônibus e até a espera por ele
Esse ou aquele lugar, nossos
Hoje percebo a falta que me faz
Lembranças, apenas lembranças
Detalhes que agora fazem toda a diferença
Coisas pequenas, grandes perdas
Como fui tolo
Não as valorizei e são elas que hoje trazem você para mim
Detalhes.

13 setembro, 2010

Vontade

Preciso de tempo
Não que as 24 horas do meu dia estejam pequenas
Muito pelo contrário
Preciso que o tempo passe
Mas não só o meu
Ficar contando cada segundo é muito chato
Queria dormir e acordar com você do meu lado
Mas isso não vai acontecer de hoje para amanhã
Aí vem alguém e me diz o célebre verbete “querer é poder”
Isso só funciona em livros de auto-ajuda e em filmes de ficção
Na vida real é bem diferente
Querer é apenas uma das opções
Depois vem a medição das conseqüências
Um ato impensado e coloco tudo a perder
E o poder? Onde entra?
Acredito que sequer serve de opção neste momento
Eu poço, mas não devo. Mesmo querendo
O tempo seria a solução
Mas é uma baita covardia
Dar tempo ao tempo é fugir da responsabilidade
É jogar ao destino todas minhas fichas
Minhas possibilidades
É apostar em nada esperando um dia vencer
É um risco muito grande para correr
E se perder?
Estou em meio a uma sinuca de bico
Odeio jogos
Ainda mais quando a aposta é alta
Tenho muito a perder
Um blefe?
Odeio não saber o que fazer
Vontade versus razão
É nessas horas que eu odeio ser tão ponderado
Vou ter que ficar com o tempo que o tempo não me dá.

09 setembro, 2010

Não está aqui

Sim, está tudo bem
Longe do melhor momento de minha vida
Mas distante do pior
Nem tão bem, não tão mal
Diferentemente comum
Indiferentemente do mesmo jeito
Sei lá... Não sei explicar
Tudo parece caminhar na mais perfeita harmonia
Sabe aquele momento em que tudo parece dar certo
É quase isso
Mas deixo um pé atrás
Quanto melhor estão às coisas mais perto do ruim se está
Não sei se algo de ruim vai acontecer
Até sinto que sim
Um mal pressagio
Me parece também que algo me falta
Noto que passo por um momento de transição
É complicado descrever
Nem eu sei ao certo
Estou tão perdido quanto meus últimos textos
Confuso
Olho para o lado e não vejo ninguém
Talvez seja isso
Cadê você?
Agora que eu mais preciso, eu não sei onde te encontrar
Pensando bem, eu não sei onde me encontrar
Devo ter me perdido há algum tempo, só agora notei
Acho que isso é um defeito, eu perco as coisas e não sinto falta
Só percebo o quanto era importante depois de não haver tempo para recuperar
Preciso me recuperar
Já que você eu já perdi, ao menos posso tentar me salvar
Só não sei por onde começar
Se ao menos... Deixa pra lá, você não está mais aqui.

06 setembro, 2010

Independência

Quebraram-se as correntes, nada mais me impede de ser livre. Independente. Não tenho mais Dono. O meu passado não poderei apagar, mas meu futuro começa a ser escrito a partir de agora. E quem está segurando a caneta sou eu. De hoje em diante eu dito as regras. Não serei castigado se não obedecê-las. Terei a delicadeza de vos agradecer pelo que por mim foi feito. Mas minha vontade era de matá-los. Mas tenho reputação e vergonha na cara, aprendi assistindo vocês e não com vocês. Não sou um dos seus, sou diferente. Aqui já estava quando você chegou. Tentou me mudar, mas não conseguiu. E já que somos tão diferentes, quero apenas desejar-lhes uma boa sorte, mas longe de mim. Quero cicatrizar as feridas que em mim deixou. Algumas sei que jamais esquecerei, marcas que servirão para eu nunca me esquecer que já sofri. Quando no futuro eu olhar para elas, saber que você por aqui passou e que me fez muito mal. Mas como já disse, sou muito grato a você. Muito obrigado por tudo. Mas acabou agora eu não faço mais parte da sua alcova. Não preciso me submeter a suas ordens. Agora quem manda aqui sou eu. Sou novamente dono de meu nariz. Se isso é bom ou não, só o tempo vai dizer. Mas hoje, somente hoje, é o dia mais feliz de toda a minha existência. Voltei a ser livre. Pode até ser que você deixe marcas que vão influenciar no meu destino. Infelizmente, o longo tempo que passamos juntos me contaminou como um parasita, um câncer que mesmo depois de ter sido expelido ainda deixa sinais de que um dia esteve por lá. E a vocês que não vão com a minha cara, digo-lhes que é só o começo. Ainda ouvirão falar muito de mim. E aos ingratos que se alimentaram de minhas riquezas e hoje renegam meu nome, a esses eu só tenho uma coisa a dizer: Já que não me amam, me deixem seguir em paz, eu não preciso de vocês.

05 setembro, 2010

Talvez

E a noite cai
Junto dela uma sensação
Seria solidão?
Seria apenas eu querendo ficar sozinho mais um pouco?
Isolamento
Não é que eu não te queira
Muito pelo contrário
Eu te desejo
Chego a sonhar com nós dois
A imaginar como poderia ser diferente
Como seria tê-la ao meu lado
Eu queria parar de olhar para o telefone
Parar de apenas olhar e discar seu número
Te acordar no meio da madrugada e dizer: Te quero
Covarde
Talvez seja essa a sensação
Medo de alguma coisa
De me enganar novamente
De estar errado
Amanhã o sentimento será outro
Algo como arrependimento
Um pesar doloroso que me faz sentir ainda pior
E se perdê-la?
E se te vires com outro?
Ai a sensação será de perda
Prefiro não pensar que isso possa acontecer
Imagino que me espere também
Só não sei até quando
Talvez agora eu esteja errado
Pensando só em mim
Sempre em você, mas antes em mim
Talvez seja esse o erro
Não sei
Talvez se esse telefone tocasse
Talvez...

03 setembro, 2010

Acabou

Sinto
Não sei explicar como, mas eu sei
Te perco
Um pouco mais a cada nova manhã que me acorda
Perco-te
A cada cair de noite
A cada novo dia que se termina
Não sei mais o que fazer
Também estou perdido
Perco-me junto com a dúvida que toma conta de mim
O que era puro desejo, paixão
Dá agora lugar a um sentimento de revolta
Estou triste
Nem sei o por que
Não estou triste com você, mas comigo
Por não tentar, por não lutar
Por me esconder
Atrás da mascara existe uma outra pessoa
Completamente diferente
Tímida e fraca o suficiente para continuar onde está
Triste também com você por nada fazer
Por virar as costas quando eu mais preciso
E nesta noite, novamente juntos
Você pede para que eu fique
Não posso
Mesmo chorando vou-me embora
Não fui eu quem quis assim
Agora só me resta partir
O seu destino foi você quem fez
Confesso que sem você não vou dormir
Deixe essa noite como lembrança
Do que se foi
Do que era para ter sido
Do que acabou.