26 abril, 2011

Perjuros

Tudo o que ouço neste momento são;
O ronco do meu motor
E o barulho do atrito dos pneus no asfalto seco
Pareço estar em modo automático
Mal vejo os outros carros
As luzes, a sinalização, as pessoas na rua
Tudo em absoluto segundo plano
Também não sei para onde estou indo
Dirijo a esmo
Sem um lugar certo para chegar
Ou ir
Na minha cabeça a atenção não está voltada para a estrada
Pelo menos não totalmente
É em você que penso
No seu olhar
E em como pôde ter feito isso comigo
Não negues, não mintas...
Eu vi!
Teus olhos, escuros
Perjuros
Ah, teus olhos
Olhavam a outro, não eu!

2 comentários:

  1. Lembrei de um verso de Shakespeare.

    "Lutando contra mim fico ao teu lado & ainda perjuro, provo que és um bem."

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  2. Se refere ao SONETO LXXXVIII.

    Ainda prefiro Casimiro de Abreu.

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