29 janeiro, 2012

Iluminar

São apenas dias nublados
Dias de chuvosos
Dias negros
Aqueles dias em que se tem vontade de nada
Até levantar da cama é difícil
Nada estranho
Nada anormal
Os dias são assim
Logo mais o sol vai clarear
Vai brilhar
E lá do alto iluminar o caminho e nos aquecer
Isso passa
A chuva passa
E tudo logo volta ao normal.

27 janeiro, 2012

Se chama amor

Certa vez, conversando com um amigo:
Se você vai dormir pensando em alguém, esse alguém é muito importante para você
Mas e quando se vai dormir, acorda e passa o dia todo pensando em alguém?
Isso se chama amor, cara
Mas e quando não é correspondido?
Também se chama amor, só que dói um pouquinho mais.

24 janeiro, 2012

Nunca mais

E se eu não quiser te ver?
E se eu nunca mais quiser olhar na sua cara?
E se não mais quiser que me toque?
E se o beijo não der mais tesão?
E se eu não sentir mais nada por você?
E se eu simplesmente desistir da gente?

É muito simples
Não estou aqui para satisfazer suas vontades
Eu as ignoro, te agarro e te mostro quem manda
Até mesmo por que os seus "nunca mais" não duram mais que dois dias
Somos loucos um pelo outro, não tem essa de não querer mais.

21 janeiro, 2012

Não se separa o indivisível

Não me peça para esquecer
Já é inerente a mim
Não me diga o que fazer
Eu sei o que é bom para mim
Não finja não se importar
Não vai me ferir
Chore, que eu choro
Sofra, que eu sofro
Morra, que eu deixo de existir
Sozinho você não vai conseguir
Já não somos dois
Não se trata de eu e você
Somos nós
Um só coração
Um motivo
Uma razão
Não se separa o indivisível
Sempre haverá esperança
Sempre estará comigo
Assim como estarei com você.

18 janeiro, 2012

Sentados no sofá da sala



Perfeito?
Perfeito mesmo seria se você batesse a porta
Com um pote de sorvete
Um DVD de um filme qualquer
Com todo o tempo do mundo para ficar ao meu lado
Sentados no sofá da sala.

17 janeiro, 2012

Cego, surdo e mudo

Você não quer o melhor namorado do mundo
Você quer algo um pouco diferente
Alguma coisa para abraçar, apertar e morder
Que esteja sempre ao seu lado quando precisar
Quando precisar
De preferência que te aqueça enquanto frio
Que mime
E sem questionamentos
Submisso, talvez
Dócil, flexível e obediente
Com poucas vontades
Mas que satisfaça as suas
Por mais controversas ou díspares que sejam
Cego, surdo e mudo
Mas que te enxergue
Te ouça
E fale apenas o que quiser ouvir
Um brinquedo
Que você possa se divertir
Brincar até quebrar
Sem insatisfações, nem cobranças
E muito menos mudanças
Desde que da sua parte
Comodista?

16 janeiro, 2012

O pior namorado do mundo.

Já passavam das 22 horas quando ele chegou. Todo cheio de desculpas, de razões, de motivos e de “nove horas”. Havia marcado de se encontrarem às 20h. Esta já deve ser a décima vez que acontece, só neste mês. Este era João, o pior namorado do mundo.

Ele até que não fazia por mal, as coisas simplesmente aconteciam. E aconteciam sempre do jeito errado. Era pneu que furava, acidente em pleno Domingo de sol, congestionamentos ao meio dia. Parecia que esse rapaz tinha mesmo um pequeno problema com a sorte.

Trevo de quatro folhas, pé de coelho, ferraduras. Nada disso adiantava, João era assim por natureza.

Datas esquecidas. Passeios desmarcados de última hora. Filmes não vistos. Comidas que não caíram muito bem, nem no estômago nem no bolso. Ele tinha o dom para o desastre.

Marcava de buscá-la e se esquecia. Passava a semana toda e não aparecia, nem ligava para saber como estava. As flores viam murchas. Os bombons pela metade. Não sabia de um só gosto dela. Apesar de ela sempre passar na loja de doces para comprar aquele que ele mais gostava.

Quando estavam juntos na sala assistindo qualquer coisa ele até dormia. Não escondia o desgosto. Ela relutava em o animar, na maioria das vezes em vão. Ele esboçava um sorriso falso, mas que a deixava falsamente satisfeita.

Se ela vestia amarelo ele preferia o vermelho. Se colocasse o vermelho, era muito curto. O preto muito simples e azul provocante. Nada estava bom, nada o afagava.

Presentes era impossível de se dar. De nada ele gostava. E fazia questão de deixar isso bem claro. Reclamava de tanta coisa que era difícil saber o que realmente lhe agradava.

Reclamava disso e daquilo. Do sol, da chuva, do calor, do frio e até quando não tinha sol, chuva, calor ou frio. Dias amenos, desses em que se dá para fazer de tudo, para ele eram dias em que nada se fazia, não havia motivos para reclamar, e isso ele detestava. Num dia chuvoso qualquer, chegou a dizer que não a ia ver para não molhar os pés. 

Na hora do almoço era aquela tormenta, ela queria lanche e ele comida natural. Mudavam, andavam, rodavam e nunca se encontravam. Um pedia par e o outro era sempre ímpar. Acabam por comer aonde não queriam e o que não gostavam. Ela até aceitava, e ele só reclamava.

Maria, moça humilde e trabalhadeira, não reclamava do seu namoradinho casca grosa. Ela realmente o amava, apesar de seus pesares. Enxergava nele qualidades que talvez nem existisse. Ele? Ah, ele só pensava nele. Nela até que às vezes, principalmente quando a saudade batia. Aí até ligava, mas no resto do dia era por SMS que eles conversavam.

Ela sempre linda, ele sempre zangado. Ela disposta a tudo e ele querendo voltar pra casa, mesmo depois do encontro marcado há mais de uma semana. Maria só queria comer uma boa pizza, ele já queria ir pra Milão. Tomar um vinho? Talvez lá em Paris. Sonhava, sonhava e como sonhava... Os pés sempre longe do chão. Ás vezes desdenhava de Maria, até que sem querer, mas vivia criticando sua falta de ambição, seu pensamento pequeno, o seu não sonhar. Maria não ligava, era feliz ao lado dele, mesmo que longe de todo o luxo que ele sempre tanto falou que gostaria de ter.

Mas chegou um dia que nem a Maria, a mais pacata das mulheres, aguentou:

- Não quero que você mude por mim. Já aprendi a te amar com todas as suas artimanhas. Apenas quero que dê mais valor a mim. Que note o esforço que faço para ficar ao seu lado.

Malandro, José se fez de admirado:

- Logo eu que nunca reclamei de você. Que sempre fiz de tudo para ficar contigo. Isso não é justo. Acho que nem gosta mesmo de mim.

E lá se foi Maria, assim como a Beth, a Judith, a Tereza, a Cristina, a Ana, a Carol e a Rafinha.

E todo ano a sina se repetia, não por maldade ou por despeito. Era apenas esse seu jeito, já tão inerente, de ser. O pior namorado do mundo fazia jus ao nome, nunca decepcionou aos seus pensamentos, nunca se dobrou ou pensou que um dia pudesse estar errado.

- Mudar? Nunca! Elas também não fariam isso por mim.

14 janeiro, 2012

A volta



Dava tudo para ter você por perto
Dava tudo para ter você aqui comigo
Dava tudo para...
Amor?
Confesso que já não te esperava mais aqui
Que já tinha pertido as esperanças de te ver
Até havia me conformado
Que bom que você voltou.

04 janeiro, 2012

Deveras



Estar feliz é fantástico. 
Mas ser o motivo de alguém estar feliz é deveras melhor. 

Insosso

Dormir para quê?
Meu sono não vai me trazer você
Muito pior
Me iludirá em mais um sonho
E outra vez acordarei sem você do meu lado
E ao tocar o seu lado vazio na cama
Me começa um verdadeiro pesadelo
Tudo se tornou chato, vazio
Insosso
Nada tem mais graça sem você
Nem eu.

02 janeiro, 2012

Clarear

E de repente tudo mudou
O sol já não brilhava como antes
O céu já não está tão belo como outrora
Dizer Bom Dia não faz tanto sentido
O que está bom?
Os dias ultimamente tem sido assim
Feios, frios, insosos
Parecem refletir diretamente
Parecem uma extensão dos meus sentidos
Dos meus sentimentos
Mas logo mais vai clarear
Sempre clareia
E tudo volta ao seu normal
Normal?
E se essa for a realidade agora?

01 janeiro, 2012

Um brinde a 2012

Um brinde a você, amigo, que ao longo desse ano compartilhou de uma ou duas cervejinhas comigo.
Um whiskey talvez ou até mesmo aquela mineira amarelinha.
Um brinde a você que soube me escutar e que soube ser ouvido.
A você que chorou e que deu muitas risadas ao meu lado.
Um brinde a vocês, amigos verdadeiros.
Meus irmãos de coração.
Eu amo cada um de vocês, acreditem neste gordo alcoólatra que vos escrever.
Um grande beijo a todos, Feliz 2012!