27 junho, 2013

Nem junto. Nem perto.


Ele perdeu o sorriso no rosto.
O brilho no olhar.
Já não se barbeava tampouco se arrumava.
A mesma calça jeans, a camiseta branca já amarelada e aquela blusa que compraram juntos.
Já não tinha mais vontade de ir busca-la, de ir vê-la, de encontra-la.
Deixara de ser prazeroso.
Ela já não o procurava.
Preferia os amigos, a faculdade e até o trabalho.
Queria viver a vida que ia se revelando aos poucos.
Tudo tão novo e mais interessante.

Não queria culpados.
Eram todos.
Queria soluções.
Ser feliz e fazer alguém sentir o mesmo.
Ainda a amava, mas a mágoa já era maior.
Talvez os dias de chuva, os dias cinza deram o tom dessa relação.
Desgastada pelo tempo.
E que agora só o tempo pode salvar.

Brigas deram lugar aos corações.
E-mails no lugar de abraços.
Mensagens no de beijos.
Odeio ao invés de amo.
Já não ficavam juntos, nem planejavam juntos.
Um sonhava com Londres, Nova Iorque e Paris.
O outro com um domingo de futebol no sofá.
Ainda não era o fim.
Era o começo de um fim.

Era apenas mais um final em meio a tantos outros.
Um ponto.
Uma pausa.
Às vezes é preciso para, respirar, pensar.
Vez ou outra é bom ficar sozinho.
O estranho é se acostumar, gostar e até preferir assim estar.

Estar ao lado nem sempre é estar junto.
E junto nem sempre é estar perto.