01 agosto, 2018

Abstinência


Quantas e quantas vezes eu tive vontade de chorar
De raiva
Incontrolável
Sua!
Sim, sua. Só sua. Toda sua.
Você me desperta os piores dos sentimentos
Beira a insanidade
Um ódio de morte
Da minha!
Da sua!!!
Uma vontade de desaparecer, de sumir, de desistir de tudo
Mas aí lembro que quem fez isso foi você e só fico pior
Mais louco ainda
É essa sua mania de se desligar, de fugir, de sumir
De sair por aí para pensar e me deixar aqui
Agoniada 
Sem saber como está, onde está, com quem está
Eu quero briga e você quer paz
Eu quero guerra e você ignora
Eu tô com raiva de você, por que não vem me ver?
Preciso tanto de você, de um carinho, um abraço, um beijo seu
Não quero brigar, quero você
Mas você some
Não é que eu te odeie, eu odeio não ter você aqui
Odeio estar longe de ti, ficar sem você
Viciei no teu cheio, no teu toque
Sinto abstinência
Talvez não seja ódio, é falta, é minha crise de não ter você
Meu surto, minha ira, minha brisa que passa
Volta, me abraça
Que passa


20 março, 2018

Déjà vu

Se a cabeça não esta boa, nada mais estará.
Tudo o que tenho produzido tem sido mal feito, já não interajo com as pessoas, já não converso, já não as felicito. O quarto tem sido mais que um refúgio, é quase uma trinxeira e o entorno não me agrada mais. Vontade de sair, sumir, fugir. Andar sem rumo, sem sentido. Sentido esse que perdi também. Vontade de que? Impressionante como tudo muda tão rápido, há poucas semanas era o cara mais feliz do mundo e agora isso, não suporta se olhar no espelho. Do sucesso ao fracasso em dois instantes. O que mudou? De verdade? Nada! É tudo fruto de uma mente doente. Ela vê, ela faz, ela inventa. Por mais que os olhos vejam o lado belo da vida, a cabeça já não processa mais assim. É tudo turvo, negro, escuro, frio, feio, assustador. Nada é novo, nenhuma novidade até aqui, tudo é conhecido. Apenas revivo situações, momentos. Mas conhecer não significa saber lidar. Pensei que fosse e me enganei redondamente. Redondo como essa redoma que coloquei em torno de mim. Me livra de muita coisa, é verdade. Mas me impede de viver outras que talvez me ajudassem a sair daqui. É como um buraco com escadas, não caí aqui, eu desci. Desci aos poucos e fui me acomodando, a escada continua ali, é só sair. Até consigo, mas não sei se quero. São dias estranhos. Outros virão pela frente. Como sei? Já disse que nada é novidade, é um déjà vu
a cada dia.