31 janeiro, 2011

Se engana

Me ilude
Me engana com esse seu olhar de quem não quer mais
Te engana
Se engana
Foges de mim sem ter um motivo
Eu sei
Me ama
E isto é mortal
Jamais viverás sem mim
Sem se lembrar de mim
Sem me querer, me desejar
Sem me amar o quanto te amo.

30 janeiro, 2011

Calar

O meu problema está no passado
Só vou conseguir seguir em frente quando voltar lá para resolver
E este é outro grande problema.
Enquanto isso vou levando a vida assim
Pior para mim, para você, para todos ao meu redor
Um dia eu tomo coragem e acerto os ponteiros e os pingos nos is
Que culpa tenho eu se te amo e não posso dizer isso para todo mundo?

29 janeiro, 2011

Para nós

A vida às vezes nos prega algumas peças
Nos ilude
Nos distrai
Resta-nos saber distinguir o certo do errado
Você, tantas vezes, não soube distinguir
É aí que estamos
Eu sei o certo e o errado
Basta você tentar
Difícil, não é?
Para mim também foi
Mentira e verdade
Não é o suficiente
Não o bastante
Você não confia em mim
Não o tanto que eu em você
Eu acredito em ti, mas não é o suficiente
A menos para você
Perde-me a cada dia
A cada dia te amo mais e você nem nota
Por que eu quero você
Eu sonho contigo
Nós, sozinhos
E cada vez mais nos afundamos nesse mar de solidão

26 janeiro, 2011

Você

Bom, falar de você seria como falar da mulher que eu sempre sonhei para mim, da mulher que sempre irá me fazer feliz, da mulher que todo mundo vai invejar, da mulher que poucos têm, mas que muitos desejam.

Falar de você seria como falar de um mundo bom, lindo e cheio de alegria e felicidade. Onde tudo o que você quer você pode, e tudo isso graças ao dom da vida que Deus me deu.

Mas também a vontade do meu coração de ser feliz, mas ser feliz com uma mulher como você, que não sei muito bem suas idéias, que nunca vou saber o que pensa ou o qu sonha.

Como um sonho bobo que um dia eu tive e que agora foi realizado por você.

Obrigado por existir e deixar eu te amar!

Por: Neto Ferreira

24 janeiro, 2011

Que mundo é esse?

Tenho 25 anos. Sou formado em Administração de Empresas pela FGV-SP. Nasci em berço de ouro, se é assim que gostam de chamar. Nunca passei dificuldades, estudei nas melhores escolas, aprontei pra caramba na minha adolescência. Usei e ainda uso drogas. Bebo por que gosto de beber e sigo a regra do “bom é quando faz mal”. Se der problema, papai me dá um help.

Mas esta semana meu pai se encanou comigo. Disse que deveria aprender mais sobre o outro lado do mundo. Japão? China? Nada, os pobres. Disse que teria que passar uma semana sem meu carro, andando de ônibus e tal. Sem meus cartões, com pouca grana no bolso. Aceitei. A promessa era de que se eu fizesse isso, e aprendesse algo importante para minha vida, na outra semana meu X6 estaria na garagem.

Moro na zona sul, trabalho no Centro. Sempre peguei um pouco de transito nas marginais ou em alguma outra importante Avenida de São Paulo, mas de dentro do meu carro com ar-condicionado nada me estressava. Sou o que costumam chamar de Playboy. Não tenho culpa de ser rico, de ser bem criado. Não quis ser assim, o mundo me impôs este rótulo. Mas nem ligo.

Primeiro dia, 7h da manhã eu já estava no ponto. Entro às 9h no escritório, achei que daria tempo. Ledo engano, eram quase nove horas e ainda estava na metade do caminho. Um calor insuportável e esse terno já todo molhado. Meu penteado já nem existia mais. Busão lotado e ninguém para segurar minha pasta. Custou R$800,00, tem um notebook de quatro mil e agora está no chão, encostada entre minhas pernas.

Tem uma senhora em pé, com até certa dificuldade em se manter, mas tem um moleque dormindo que parece que é o ultimo sono da vida dele. Está sentado no banco reservado, mas ninguém se atreveu a acordá-lo, nem ela. Parece já estar acostumada.

Tem tanta gente aqui dentro que parece que a qualquer momento uma dessas articulações vão se romper. Assusto-me a cada curva mal feita, o barulho das roldanas mais parece trilha de um filme de terror.

Está um calor infernal aqui dentro, e posso ver algumas janelas ainda fechadas. Logo na minha frente tem uma moça, que já pediu para não abrir a janela, não quer estragar o cabelo. Confesso que não entendi, mas vi alguém falar de uma tal de chapinha.

Consegui chegar ao fundo do ônibus, com um pouco de dificuldade e sendo xingando por boa parte das pessoas em que esbarrei.

Finalmente desço, com 45 minutos de atraso. Às 18h teremos mais.

Fim do expediente, conversei com o estagiário, ele me disse para pegar no Terminal de Ônibus, que com sorte, paciência e um pouco de espera, eu conseguiria até me sentar.

Foi o que fiz, o que me fez esperar por longos 40 minutos. Ao menos desta vez vou sentado, e dormindo. Não entendo, mas estou cansado. Nem duas horas na academia me deixam assim. Comecei a pegar no sono, mas ouvia um barulho ao fundo que me chamou a atenção, e por consequência me tirou o sono. Eram dois rapazes, um com um celular na mão. Escutavam Funk. Já havia escutado algo parecido em alguns filmes brasileiros, mas nunca algo com tantos palavrões e baixarias. Incrível como alguém gosta daquilo. Pensei em pedir para desligarem, mas a moça ao meu lado disse que só iria piorar as coisas. A bateria daquele telefone parece que tem vinda longa, parecia que iria durar por horas aquela tortura. E o transito só iria piorar minha situação.

Desci no ponto seguinte, liguei para meu pai e pedi para vir me buscar.

- Pai, pode vir me buscar. O mundo lá fora é muito complicado, as pessoas se tratam como inimigos, até como animais. Ignoram leis e até mesmo o bom senso. Não se respeitam. Aliás, não respeitam nem a si mesmo, quanto mais ao próximo.

Meu mundo não é esse. Aliás, nem sei que mundo é esse.

22 janeiro, 2011

Insisto

É tudo tão monótono, tão chato
Insosso e enfadonho
Tão estranho agora que se foi
Me impressiona como uma pessoa pode estar tão ligada a outra
A ponto de fazer, ser, pensar, agir em prol dessa
De esquecer de si próprio pensando nela
Passar noites em claro
Dias no escuro
Sumir do convívio de todos por causa de um
Dez não fariam o mesmo estrago
Estrago?
No radio canções me lembram
Na TV imagens me recordam
Fotos pela sala
Seu perfume no quarto
Já não existem mais
Sou eu que ainda insisto.

21 janeiro, 2011

O que mais?

O que mais seria capaz de nos unir
De aproximar seres tão distintos, diferentes
Vidas completamente opostas
Pessoas que em outra ocasião jamais se encontrariam
Olhares que nunca se cruzariam
Sorriso que sequer seria notado
O que mais seria capaz de provocar tais reações
Algo bobo te fazer sorrir
Um olhar errado te deixar irritada
Uma palavra apenas para tê-la de volta
O que mais poderia me fazer sorrir feito uma criança
Tirar-me o sono durante a noite
Ou me distrair quando mais preciso de concentração
Quando gostamos de alguém aprendemos a apreciar suas virtudes
Mas somente quando a amamos admiramos seus defeitos.

20 janeiro, 2011

Meu velho avô

Viajar até aqui talvez tenha perdido um pouco da razão sem você
Ficar dentro desta casa vazia já não é a mesma coisa
Olhar para o teu quarto, já sem aquela cortina, vazio
Sua cama já não está mais naquele mesmo lugar
Nossas conversas, conselhos, lições de vida e até as broncas
Tudo me faz falta
Ensinava-te um pouco do mundo moderno e você me ensinava o que era a vida
As lagrimas que agora caem dos meus olhos não são de tristeza ou de saudade
São de felicidade
De saber que você cumpriu sua missão
Que ensinou a muitos, dentre eles eu
Em certos momentos em nossas vidas palavras se tornam desnecessárias
Em alguns outros elas são apenas inúteis
Obrigado pelo menino e pelo homem que você ajudou a formar.

19 janeiro, 2011

Frustrado

Frustro a mim mesmo todos os dias faz mais de 24 anos
Por pura e espontânea vontade
Ou seria apenas implicância?
Gosto da reação negativa das pessoas em relação ao que faço
Mas ao mesmo tempo adoro o contrário
Mesmo assim, confesso que o não às vezes me deixa mais excitado
E, talvez eu esteja buscando apenas uma critica, uma melhora
Eu tenho meu jeito complicado de lidar comigo mesmo
Como pensei a pouco, não sei o que fiz para merecer conviver o resto da minha vida comigo mesmo.
Preciso melhorar esta relação, a cada dia que passa me torno um estranho para mim
Pra te falar a verdade, não gosto nada do que estou me tornando
Ainda não odeio o que sou, mas caminho a passos largos para isso
Me adoro, mas não gosto de mim
Difícil entender isso?
E por quê?
Por que escolhi ser assim, do contrario não seria eu.

14 janeiro, 2011

Te esqueci

A minha parte eu fiz
Tirei você de dentro de mim
Te esqueci
Agora, me esqueça
Não foi nada fácil conseguir, só eu sei o quanto lutei
O quanto me doeu te olhar, te querer e fingir que não mais queria
Enganei a todos, e até a mim mesmo
Mas sei o que quero
Agora posso ver o meu futuro e você não está nele
Já não faz parte dos meus planos
Não é mais em você que penso que vou dormir
Ou quando acordo no meio da noite sentido saudades
Não é por você que eu grito quando tenho medo
Nem é o seu número que disco quando me bate a solidão
Só você não percebeu isso
Não torne as coisas mais difíceis
Eu já te esqueci, me esqueça também
Dizem que o amor nunca se acaba, é eterno
É verdade, se o nosso acabou é por que não era amor
E hoje o que eu sinto por você, prefiro guardar só para mim.

13 janeiro, 2011

Sedentário Hiperativo

Faz três meses que comprei uma bicicleta. Faz três meses que ela está na garagem, parada. Se não fosse meu pai, ainda estaria na caixa. No dia em que a comprei decidi mudar de vida. Diminuir com o álcool e as carnes vermelhas mal passadas com aquela capa de gordura... Parar com isso e levar uma vida mais saudável. Para uma boa academia não teria tempo e nem grana. Trabalho e faculdade me impediriam de fazer uma pausa durante o dia. Com uma bicicleta poderia pedalar nas horas vagas e nos finais de semana.

Pois bem, chegou o grande dia. Sexta-feira, 11 de dezembro de 2009, às 7h30 algum à toa liga em casa. O telefone toca umas 473 vezes. Recusei-me a atender, sair da cama seria impossível, mas devido a insistência não teve jeito. Não era ninguém. O telefone estava mudo e eu com um mix de sono, raiva, ira, ódio e uma vontade de quebrar a merda do telefone. Saí e o dia estava lindo. Ou como diria uma amiga minha “Puta dia lindo da porra que tá hoje!!! “.
Decidi, pois então sair para dar uma volta de bicicleta. Apertei todos os parafusos, porcas e arruelas. Enchi os pneus. Verifiquei os freios. Tudo em ordem com a magrela. Só faltava decidir o roteiro.

Pensei em ir até Itapecerica da Serra. Uns 10 km ida e volta. Mas teria de passar pelas obras do trecho sul do Rodoanel. Muita terra, sujeira, buracos, poeira e caminhões. Achei melhor rodar pelas estradas do M Boi Mirim e Embu Guaçu. E foi o que fiz.

Saí às 8h10, o bairro é cheio de subidas e descidas. Assim como toda a periferia da cidade. O que não foi um problema inicialmente. Inicialmente. Depois de quase 20 minutos, longos 1200 segundos, intermináveis para falar a verdade, comecei a sentir os primeiros sintomas de meu sedentarismo. As pernas já não respondiam às ordens do meu cérebro. Não dava mais. Parei, desci da bike e fui até a sombra mais próxima, o sol estava demais.

Algo parecia fora do normal, um cheiro estranho estava no ar. Tinha pisado no cocô de algum adorável cãozinho, quase meio quilo de merda estava agora dividido entre meu pé e o chinelo. Limpei com o que achei por perto, areia e papel que foi jogado na rua por algum cidadão mesmo consciente com as enchentes. Antes disso tinha colocado para fora todo o meu café da manhã, que ficou ao lado do monte de bosta pisado com um pouco de areia jogada por cima.

Pelo menos serviu para me distrair e o cansaço já não era tamanho, diminuiu e em menos de 5 minutos já estava em casa, jogado no chão da sala.
Minha mãe notou algo estranho no meu comportamento. Não parecia estar bem. Aferiu minha pressão. Incríveis 10 x 7. Nunca a vi tão baixa.

Diante de tudo isso, cheguei a seguinte conclusão: melhor 40 anos de picanha e cerveja que 80 de água de coco e salada de alface.

09 janeiro, 2011

Em você

Eu não queria que fosse assim
Talvez apenas um mal entendido
Uma noite sem razão, sem explicação
Procurar o errado já não é o certo
Sei que não fiz por querer
Se te magoei me desculpe, talvez não soubesses o quanto se importava contigo
Mas se soubesses que a cada momento, a cada segundo, a cada palavra...
Meu pensamento fosse você
Imaginei e não fiz
Talvez seja esse o meu erro
Me desculpe
Mas se errei, foi pensando em ti
Não que você me traga algum pesar, alguma culpa
Mas é que já não consigo ficar em pensar em ti
Talvez loucura
Paixão
O certo é que você já faz parte de mim
Sendo certo ou errado não me importa
O importante é estar ao lado de ti
Mesmo que em pensamentos
Me desculpe se errei
Foi pensando em ti.

08 janeiro, 2011

Me perdi

Esperava não passar por isso novamente
Não queria, lutei
Só eu sei o quanto eu tentei
Mas não foi o bastante
Falhei
Não queria aparecer por aqui assim, cabisbaixo
Me sentindo um derrotado
Como um qualquer que regressa sem mais nem menos
Ah, os olhares
Quanta decepção
O que me tornei?
O que sou, o que vou ser, ou que quero?
Respostas são poucas
Questionamentos aos milhares
Dúvidas
Incertezas
Mil coisas se passam na minha cabeça
Imagine na de vocês
Me desculpem, não sou nem de longe aquilo que gostaria de ser
Tampouco o que gostariam que eu fosse
Acho que me perdi em algum lugar desta cidade
Em algum cantinho ermo, escuro e solitário
Em algum bar, alguma esquina
O que deu errado, devem se perguntar
Eu também não sei
E pior, não sei como e o que fazer para consertar
Me desculpem, por ser o que sou.

07 janeiro, 2011

Inalcançável

Ás vezes é assim que te vejo
A mais bela flor de um jardim
Aquela que o jardineiro observa todas as manhãs
E a trata como se fosse só dele
Ou, então, num lugar alto o suficiente para não alcançar
E sabe o que me incomoda?
É poder te ver e não te ter
É olhar, desejar
Querer mais que tudo neste mundo
E ver em minha frente uma barreira intransponível
Mas para meu deleite e loucura, visível
Talvez seja este o meu destino
Talvez mais do que isso, uma perfeita e completa maldição
Querer, poder e nunca te ter.

06 janeiro, 2011

Desencontros

Já não sei o que faço aqui
Nem porque ainda insisto em me lembrar
É inevitável estar aqui e não me lembrar de tudo o que passamos juntos
Pior que isso, é imaginar o que poderíamos ter vivido
O que poderíamos ter sido
Se não tivesse ido...
O que me resta agora são lembranças
Um pedaço de papel
Uma foto amassada
Lugares, pessoas em comum
E a certeza de que não fizemos tudo o que poderíamos ter feito para isso dar certo
Agora vira a cara quando me vê
E eu mudo de rua para não mais cruzar com você
Sei que quer e que também quero
Mas não me vejo dando o braço a torcer
E muito menos você
Deixa o tempo passar
Uma hora esse encontro há de acontecer.

05 janeiro, 2011

Te encontrar

Doce encontro
Engano
Verdade
Estar com você
Te ver
Sentir
Poder tocá-la
Segundos, instantes
Horas
Incrível
Ficar ao teu lado
Por nada, assim
Ficar
Apenas estar, sem pensar, sem agir, sem fazer
Eu e você
Seria pedir demais?
Talvez
Eu não sei
Esperarei.

04 janeiro, 2011

Pedir

Já me pediram para emagrecer, parar de beber.
Para moderar, para não cair, não me embriagar.
Já me pediram para não moderar, ir até cair e me embriagar
Já me pediram para trocar o short. Tirar a camisa, pôr a camisa.
Fazer a barba, cortar o cabelo. Vestir a outra roupa. Não comprar aquela calça.
Já me pediram um pedaço, uma mordida ou um prato.
Já me pediram para parar, para andar, para subir, descer, pular, nadar e não me afogar.
Para sair da chuva, para não me molhar.
Já me pediram para brincar, para crescer, para viver e até para não morrer.
Já me pediram para ir mais rápido, ir devagar e até para não ir.
Para voltar.
Já me pediram para dormir, acordar, levantar, me lavar e comer.
Para sair e para entrar.
Já me pediram para jogar, desligar e descansar.
Marcar, atacar, defender e fazer. Não tomar.
Já me pediram para chegar. Para agarrar e beijar.
Ficar, namorar, casar? Não. Para casar ainda não.
Já me pediram com força, de leve, de uma vez ou com jeitinho.
Já me pediram para fazer, desfazer, calar, falar, escrever e apagar.
Para levantar, para derrubar, quebrar, amassar, dobrar e jogar fora.
Já me pediram para encher, amarrar e soltar.
Para cheirar ou para enrolar, puxar e curtir.
Para dirigir, pilotar e até voar.
Já me pediram para pedir e só para contrariar o ritmo, eu não pedi.

Peça menos. Faça mais.