04 janeiro, 2011

Pedir

Já me pediram para emagrecer, parar de beber.
Para moderar, para não cair, não me embriagar.
Já me pediram para não moderar, ir até cair e me embriagar
Já me pediram para trocar o short. Tirar a camisa, pôr a camisa.
Fazer a barba, cortar o cabelo. Vestir a outra roupa. Não comprar aquela calça.
Já me pediram um pedaço, uma mordida ou um prato.
Já me pediram para parar, para andar, para subir, descer, pular, nadar e não me afogar.
Para sair da chuva, para não me molhar.
Já me pediram para brincar, para crescer, para viver e até para não morrer.
Já me pediram para ir mais rápido, ir devagar e até para não ir.
Para voltar.
Já me pediram para dormir, acordar, levantar, me lavar e comer.
Para sair e para entrar.
Já me pediram para jogar, desligar e descansar.
Marcar, atacar, defender e fazer. Não tomar.
Já me pediram para chegar. Para agarrar e beijar.
Ficar, namorar, casar? Não. Para casar ainda não.
Já me pediram com força, de leve, de uma vez ou com jeitinho.
Já me pediram para fazer, desfazer, calar, falar, escrever e apagar.
Para levantar, para derrubar, quebrar, amassar, dobrar e jogar fora.
Já me pediram para encher, amarrar e soltar.
Para cheirar ou para enrolar, puxar e curtir.
Para dirigir, pilotar e até voar.
Já me pediram para pedir e só para contrariar o ritmo, eu não pedi.

Peça menos. Faça mais.

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