13 janeiro, 2011

Sedentário Hiperativo

Faz três meses que comprei uma bicicleta. Faz três meses que ela está na garagem, parada. Se não fosse meu pai, ainda estaria na caixa. No dia em que a comprei decidi mudar de vida. Diminuir com o álcool e as carnes vermelhas mal passadas com aquela capa de gordura... Parar com isso e levar uma vida mais saudável. Para uma boa academia não teria tempo e nem grana. Trabalho e faculdade me impediriam de fazer uma pausa durante o dia. Com uma bicicleta poderia pedalar nas horas vagas e nos finais de semana.

Pois bem, chegou o grande dia. Sexta-feira, 11 de dezembro de 2009, às 7h30 algum à toa liga em casa. O telefone toca umas 473 vezes. Recusei-me a atender, sair da cama seria impossível, mas devido a insistência não teve jeito. Não era ninguém. O telefone estava mudo e eu com um mix de sono, raiva, ira, ódio e uma vontade de quebrar a merda do telefone. Saí e o dia estava lindo. Ou como diria uma amiga minha “Puta dia lindo da porra que tá hoje!!! “.
Decidi, pois então sair para dar uma volta de bicicleta. Apertei todos os parafusos, porcas e arruelas. Enchi os pneus. Verifiquei os freios. Tudo em ordem com a magrela. Só faltava decidir o roteiro.

Pensei em ir até Itapecerica da Serra. Uns 10 km ida e volta. Mas teria de passar pelas obras do trecho sul do Rodoanel. Muita terra, sujeira, buracos, poeira e caminhões. Achei melhor rodar pelas estradas do M Boi Mirim e Embu Guaçu. E foi o que fiz.

Saí às 8h10, o bairro é cheio de subidas e descidas. Assim como toda a periferia da cidade. O que não foi um problema inicialmente. Inicialmente. Depois de quase 20 minutos, longos 1200 segundos, intermináveis para falar a verdade, comecei a sentir os primeiros sintomas de meu sedentarismo. As pernas já não respondiam às ordens do meu cérebro. Não dava mais. Parei, desci da bike e fui até a sombra mais próxima, o sol estava demais.

Algo parecia fora do normal, um cheiro estranho estava no ar. Tinha pisado no cocô de algum adorável cãozinho, quase meio quilo de merda estava agora dividido entre meu pé e o chinelo. Limpei com o que achei por perto, areia e papel que foi jogado na rua por algum cidadão mesmo consciente com as enchentes. Antes disso tinha colocado para fora todo o meu café da manhã, que ficou ao lado do monte de bosta pisado com um pouco de areia jogada por cima.

Pelo menos serviu para me distrair e o cansaço já não era tamanho, diminuiu e em menos de 5 minutos já estava em casa, jogado no chão da sala.
Minha mãe notou algo estranho no meu comportamento. Não parecia estar bem. Aferiu minha pressão. Incríveis 10 x 7. Nunca a vi tão baixa.

Diante de tudo isso, cheguei a seguinte conclusão: melhor 40 anos de picanha e cerveja que 80 de água de coco e salada de alface.

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