01 dezembro, 2010

O espírito (de porco) do Natal

Dezembro. Sem duvidas o mês mais importante do ano. Se não o mais importante, o mais esperado com toda a certeza.

Época de férias da criançada nas escolas é também o mês do 13º salário, que sempre chega para dar aquela ajudinha no orçamento do final de ano, que está quase no vermelho. Transição entre a Primavera e o Verão, um mês de decisões nos campeonatos, principalmente no Brasileirão. Parabéns aos flamenguistas que depois de 17 anos conquistaram seu 5º titulo nacional.
Mês em que as pessoas se tornam mais fraternas, mais amáveis. Abraços de despedida são muitos. O famoso “até o ano que vem”. Cidade tranquila, menos carros nas ruas. Menos trânsito, menos stress. Tudo parece mudar. A cidade enfeitada, iluminada, muito mais bonita e até limpa, nos faz um convite para conhecê-la melhor e admirá-la.

Sem hesitar posso dizer: É a melhor época do ano.

Mas por que só em dezembro? Qual o problema com os outros onze meses do ano? Janeiro e seus IPVAs e IPTUs. Fevereiro do Carnaval. Qual o problema com eles também? São menos alegres? Menos importantes? Junho e Julho das Copas do Mundo, das férias. Novembro dos três feriados.
É o Espírito do Natal. Pronto, tudo explicado.

Não. Nada disso. Se a explicação é religiosa, se fazemos do dia 25 de Dezembro a data mais importante do ano apenas por que supostamente Jesus tenha nascido neste dia, então estamos ainda mais errados. Pois até onde eu sei, a data mais importante da Igreja é a Páscoa, a sua ressurreição. Sendo assim, por que não Abril é o mês mais importante do calendário?

O Natal deixou há anos de ser como diz a música, a festa cristã e se tornou a farra do comércio.

Por que raios eu só posso comer Panetone em dezembro? Onde está escrito que eu tenho que comer um peru na ceia natalina? Qual o problema com o bom e velho churrasco? Seria uma blasfêmia convidar os amigos para um “Churras de Natal”?

Por que aquele cara que mora ao lado da minha casa, também conhecido como vizinho, que passa 364 dias se falar com você, no máximo para xingar seu cachorro que novamente defecou na porta da garagem dele, por que esse infeliz tem que me cumprimentar no Natal se fazendo de meu grande amigo? Falso!

O Natal deixou de ser uma data religiosa, isso é fato. Passou a ser uma data comercial. Segundo muitos, é a data do ano que mais movimenta o mercado. O espírito do natal se foi, ficou o espírito capitalista, o espírito mercadológico. Até Papai Noel que era uma grata fantasia se vendeu, é o símbolo máximo do capitalismo natalino, substituindo a imagem do menino Jesus em muitos lugares. Uma lástima.

Afinal, qual a simbologia do Natal?

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