14 agosto, 2011

14.08.2011

De repente eu acordei e um terço da minha vida havia se passado. Levantei da cama, me espreguicei, algumas partes do meu corpo agora doem, devo aprender a conviver com estas dores repentinas, me parecem eternas. Saí do quarto e fui ao banheiro: Eu tenho barba, meus cabelos já são poucos, meu olhar é vago e minhas olheiras entregam algumas noites mal dormidas. Os dentes amarelados são retrato do meu descuido ao longo dos anos. Não cuidei de mim. Pelo menos não como devia.

Hoje eu acordei e 25 anos da minha vida haviam se passado, para você pode parecer muito ou pouco. Depende se nasceu antes da década de 80 ou bem depois da de 90.

Duas décadas e meia se passaram e o que fiz? Me tornei aquilo que eu planejava ser? Fiz as coisas que eu desejava fazer? Comi todas as mulheres que eu pensava que iria comer quanto tivesse meus vinte e tantos anos?

Não!

Nem de longe sou aquele cara que sonhava ser quando ainda era menino e chutava minha bola pelos campos de terra da vila. Se um dia me perguntaram: “O que você quer ser quando crescer?” Com toda a certeza desse mundo, a resposta não foi o que sou hoje em dia.

Fracassei? Não.

Ainda não. Mas tenho outros longos 25 anos pela frente para dizer que sim, fracassei.

Tomara mesmo que não.

Que eu consiga fazer aquele menino sonhador de olhar elusivo sentir orgulho do que ele se tornou.

Fiz algumas das coisas que sempre quis fazer. Mas meus sonhos hoje são outros, infelizmente não consegui realizar isso ou aquilo, mas não me culpo por isso. São meras circunstâncias, gostos que mudam, estilos que se modificam. Moda, apenas isso.

E antes que me pergunte: Não, eu não comi nem 1/8 das mulheres que eu pensei que comeria. Na verdade eu acho que eu não comi nem a metade das que eu falo que comi.

Se casado fosse, comemorarias bodas de prata.

Vinte anos são muita coisa. Nem parece que essas 219.144 horas já se passaram (É, eu fiz a conta. E inclui os seis bissextos que passei).

Se eu levar todo esse bla bla bla à sério, fazer uma reflexão detalhada dessas minhas bodas de prata, vou acabar entrando em depressão por não ter feito as coisas que eu gostaria de fazer e, pior, por não ser o cara que eu pensei que fosse ser.

Eu gosto de mim assim, sério. Me acho divertido, sexy, atraente. As duas últimas é mentira, mas eu tinha que fazer uma piada, eu sempre faço.

Por fim, gostaria apenas de dizer que eu realmente não sei o que farei da minha vida nos próximos 25, espero realmente que sejam melhores que esses últimos. Que eu possa ler esse texto e dizer o quanto fui otário em duvidar de mim mesmo.

Que os erros sirvam de exemplo. Os acertos, de mote. Os porres, de aprendizado. Das quedas, que eu me lembre apenas do levantar. E que as besteiras dessa vida sirvam de histórias e que um dia eu ria de todas elas, sentado na sala, numa tarde de domingo, tomando meu Whisky com meu filho todo orgulhoso no sofá me escutando. E que você, sim você, possa fazer parte de alguns desses próximos vinte e tantos outros anos. Oxalá!

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