26 abril, 2014

Sofá

E quando chovia, era só me deitar no seu colo e ouvir os trovões.
Os clarões fazendo sobra na cortina da sala
A TV chiando
O filme triste
Sua mão em meus cabelos
A minha procurando um lugar pra ficar
Você olhando para a tela
E eu olhando pra você
Sua barba por fazer
De repente olhava pra mim e sorria
Sem motivo
Feliz por aquilo
Tão simples
Tão nosso
E voltava a ver a TV
Eu, mesmo interessada no filme, ainda te olhava
Fascínio meu
Você se reclina
Aproxima o seu rosto do meu
Respira
Sorri
Me beija
Suspira
Sorri
E fica ali
Eu sentindo sua respiração
Sua mão
E me beija
Como se agora fosse a TV quem nos assistisse
Outro trovão, o barulho da chuva
Você me pergunta se tem mesmo que ir
Digo que sim
De novo você sorri
Me beija, me pega nos braços
Me abraça
E diz que me ama
E sorrindo maroto pergunta se deve ir
Esse seu riso, difícil resistir.

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