12 abril, 2010

É dia de clássico.

Domingo.
Levanto às 9h da manhã.
Ainda tonto devido à bebedeira de sábado.
Café da manhã é pastel na feira.
Encontro alguns amigos. Ninguém vai para o jogo.
Vou sozinho.
O jogo é às 16h.
Saio às 14h. Sem almoço.
Resolvi ir andando pelo bairro para ver se encontro alguém que vá ao jogo.
Ir de carro é sempre melhor que ônibus.
Não encontrei ninguém. Vamos se busão mesmo.
Nas ruas encontro alguns tricolores, alguns alviverdes, outros alvinegros. Mas nenhum com a camisa do rival e hoje.
Tenho três caminhos para fazer.
Só tenho que tomar cuidado para não me encontrar com os torcedores do outro time.
É justamente no caminho mais curto que eles estão. Melhor dar a volta.
Vou pela Marginal Pinheiros, até a Cidade Jardim.
Lado tricolor.
O ônibus logo vem a batucada e a cantoria não se deixa enganar, é dia de jogo.
Entro no ritmo.
15h30 já estou na porta do estádio.
Sem filas. Nem parecia uma semifinal.
Entro e vou para meu lugar favorito.
Atrás do gol.
O jogo começa e tudo lá fora fica para trás.
Os problemas, o trabalho, a faculdade.
Por 2 horas nada mais me importa.
Sou só eu e meu time.
Intervalo de jogo, alguns vão ao banheiro outros comem um lanche.
Mas eu nunca saio do meu lugar.
Posso perdê-lo. Não corro o risco.
Sempre em pé.
Fim de jogo é sempre um drama.
Não se passa ônibus próximo ao estádio.
Tenho que caminhar.
Tenho novamente três caminhos.
O mais curto não posso usar.
Vou pelo mais longo que também é o mais fácil.
Em alguns minutos já estou na Francisco Morato. E outros em Pinheiros e logo logo em casa.
É dia de clássico.
Todo cuidado é pouco, mas eu nunca tive problemas.
Não vou para brigar. Sei onde estão as brigas.
Me desvio delas.
Não provoco ninguém nas ruas.
Futebol é importante, mas não vale a minha vida.
Posso morrer pelo meu time, mas vai ser do coração.
O caminho de volta nas vitórias é divertido. Nem parece tão longo.
Nas derrotas são árduos.
Parece ter o dobro, o triplo da distancia.
Tem um peso nas costas. É difícil de caminhar, não se canta, ninguém conversa.
Silencio fúnebre toma conta das ruas.
Só quebrado pelos vendedores de cerveja.
Radio ligado. Fone no ouvido.
Analise do jogo, entrevistas.
Hoje é dia de clássico.
Não há uma preparação especifica, mas é um dia diferente. É especial.

O jogo? SPFC 2x3 SFC.

O caminho de volta foi longo.

Um comentário: