11 junho, 2010

Caminhos a seguir

Já estou me cansando desta vida de adolescente que estou vivendo nos últimos dias.

Acordar tarde. Ligar o computador. Navegar na internet. Assistir aos programas de esporte na TV. Possivelmente a todos os jogos da Copa do Mundo FIFA 2010. Voltar para o PC. Ficar acordado até altas horas.

Até parecia divertido. No começo foi mesmo. Agora está me perturbando.

Meu dinheiro acabou. Não vejo formas de conseguir uma grana em um curto prazo, não licitamente.

Será que escolhi a profissão errada?

Será que o jornalismo foi um grande equivoco e eu perdi quatro anos da minha vida?

Quando se está próximo do fundo do poço tudo se parece mais dramático.

Sei que não é o meu caso. Mas não gosto de ter 15 anos quando na verdade tenho 23, quase 24. Não gosto de ver meus pais pagando minhas contas. Me sustentando. Como se eu fosse um imcapaz, um inútil, um estorvo.

Não gosto de vê-los me olhando, com aquele olhar. Ah, aquele olhar. Nunca vou esquecer. Com palavras me confortam, mas os olhos nunca nos enganam. Olham-me como fracassado. Não sou o que pensavam que seria. Não tenho culpa. Mas não sou o melhor filho do mundo apesar de ter os melhores pais do mundo. Desculpa. A culpa é só minha.

Ficar em casa é um saco. Não tenho mais nada para fazer. Estou cada dia mais sedentário. Tem dia que nem saio na rua. Em outros o lugar mais longe que vou é até a sala para ligar a TV. Se eu percorrer 500 metros por dia é muito. Como vou acabar assim? 200 quilos? Obeso e em busca de tratamento no SUS? Espero que não, mas nem sei mais.

Não sei onde errei. Talvez tenha sido demais arrogante, presunçoso. Talvez se baixasse a cabeça às vezes não estaria desempregado novamente. Essa postura de confrontar meus chefes não vai me levar a nada. Aliás, vai me levar ao fracasso.

Ser jornalista a cada dia me parece um sonho distante.

Melhor eu parar de sonhar e acordar para minha realidade.

Não vou poder ficar assim por muito tempo. Preciso de uma solução em curto prazo. A médio já tenho a faculdade. Esse ano acaba. E aí, ano que vem será o que? Nada. Absolutamente nada para se fazer o dia inteiro? Parece que estou regredindo. Hoje tenho 15 e em breve posso voltar a ter cinco.

Tenho caminhos a seguir.
Decisões a tomar.
Só não posso errar novamente.
Se é que eu errei.
Só o destino vai me dizer.
Mas eu não acredito em destino. Não acredito no amanhã, sempre vivi o hoje.
Melhor começar a mudar de idéia. O amanhã é de fato uma icognita. Mas o hoje não é a mais bela manhã de primavera que sonhei para mim.

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