06 setembro, 2010

Independência

Quebraram-se as correntes, nada mais me impede de ser livre. Independente. Não tenho mais Dono. O meu passado não poderei apagar, mas meu futuro começa a ser escrito a partir de agora. E quem está segurando a caneta sou eu. De hoje em diante eu dito as regras. Não serei castigado se não obedecê-las. Terei a delicadeza de vos agradecer pelo que por mim foi feito. Mas minha vontade era de matá-los. Mas tenho reputação e vergonha na cara, aprendi assistindo vocês e não com vocês. Não sou um dos seus, sou diferente. Aqui já estava quando você chegou. Tentou me mudar, mas não conseguiu. E já que somos tão diferentes, quero apenas desejar-lhes uma boa sorte, mas longe de mim. Quero cicatrizar as feridas que em mim deixou. Algumas sei que jamais esquecerei, marcas que servirão para eu nunca me esquecer que já sofri. Quando no futuro eu olhar para elas, saber que você por aqui passou e que me fez muito mal. Mas como já disse, sou muito grato a você. Muito obrigado por tudo. Mas acabou agora eu não faço mais parte da sua alcova. Não preciso me submeter a suas ordens. Agora quem manda aqui sou eu. Sou novamente dono de meu nariz. Se isso é bom ou não, só o tempo vai dizer. Mas hoje, somente hoje, é o dia mais feliz de toda a minha existência. Voltei a ser livre. Pode até ser que você deixe marcas que vão influenciar no meu destino. Infelizmente, o longo tempo que passamos juntos me contaminou como um parasita, um câncer que mesmo depois de ter sido expelido ainda deixa sinais de que um dia esteve por lá. E a vocês que não vão com a minha cara, digo-lhes que é só o começo. Ainda ouvirão falar muito de mim. E aos ingratos que se alimentaram de minhas riquezas e hoje renegam meu nome, a esses eu só tenho uma coisa a dizer: Já que não me amam, me deixem seguir em paz, eu não preciso de vocês.

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