20 novembro, 2010

Uma noite

Se bem me lembro era véspera de Natal
Devíamos ter 16 ou 17 anos
Talvez o auge da adolescência
Recordo que já havia estado em casa outras vezes
Que havíamos conversados por horas
Vários dias
Mas aquela noite parecia diferente
Você, mais do que nunca, estava decidida
E convicta do que queria
E veio buscar
Já era tarde, passava-se das 23 horas
Já não esperava mais ninguém
Minha mãe já estava por colocar a mesa
Iríamos jantar
Mais que subitamente a companhia tocou
Juro que já não esperava
Surpreso fiquei quando a observei em meu portão
Minto, não era você
Era sua amiga, que me pedia para descer
Queria me dizer algo
E lá fui eu
E qual surpresa a minha ao te encontrar
Devo ter te chamado de louca
De fato era uma maluquice
Adorável, é verdade
E inesquecível até
Conversamos por poucos minutos
Apenas na hora da despedida descobri o que de fato a motivou estar ali naquele momento e naquela hora
Um beijo, apenas isto
Que me roubara, e até hoje não me devolveu.

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