30 abril, 2010

Manhãs de outono

Já faz algum tempo que tenho percebido
Você já não me olha com aqueles olhos
Com aquele olhar de antes
Pelo qual eu me apaixonei
Algo o desvia de mim
O que será?
Ou quem?
Pelo menos eu ainda os tenho
Mas sinto que os perco a cada dia
Aos poucos
É quase imperceptível
Talvez se não lhe desse tanta atenção
Jamais notaria
Motivos existem
Culpados talvez não
Ao fim saberei enfim que sou eu.
Se negam a cruzar com os meus
Sei que a resposta para minhas duvidas estão dentro deles
Meu problema não é a duvida, essa eu já tenho
Meu medo é a certeza
Doce incerteza que me ilude nessas manhãs de outono
Ele me entorpece, me faz acreditar
A certeza me mataria.

Um comentário:

  1. Hum... Nem sempre um olhar diz tudo sobre a outra pessoa, pois nem sempre conhecemos tão bem a pessoa que amamos.
    Por vezes, o amor é o maior causador dos enganos. Vemos o que queremos, e o que não queremos por força e obra do mesmo amor.
    As dúvidas, as certezas... No fundo, só há um jeito de conhecê-las, entendê-las e destruí-las a fundo: enfrentando-as e conversando sobre elas.

    Mas isso, sou eu quem digo e o que entendo desses assuntos, não é mesmo?

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