18 março, 2010

Ei, você! Faz silêncio por favor!!!

Para os que crêem, acredito que saibam que Deus é suficientemente poderoso para escutar até os pensamentos mais ocultos dentro da nossa cabeça.
Partido desse pressuposto, por que raios eu teria que gritar para ele me ouvir?
Não faz o menor sentido isso, faz?

Entrou em vigor na terça-feira a lei 15.133, que altera o Programa de Silêncio Urbano (Psiu) da Prefeitura de São Paulo. A proposta do vereador Carlos Apolinário (DEM) vetada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) em 2009, foi aprovada pela Câmara Municipal na semana passada, e publicada ontem no Diário Oficial.

O vereador Carlos Apolinário (foto), não faz muito tempo, aprovou uma lei que abrandava o Psiu para os templos. Nada contra os evangélicos ou contra a bancada evangélica, que por sinal cresce cada vez mais na política (por acaso?), mas não somos todos iguais? Por que o Pastor da igreja que eu nem sei o nome que funciona onde até pouco tempo era um bar pode gritar a plenos pulmões durante a noite inteira?

Segunda a nova lei, o denunciante deve se identificar, antes a denuncia poderia ser anônima. Não bastasse a identificação o mesmo deve estar presente no momento da verificação da queixa, causando certo constrangimento para a pessoa. Afinal, ninguém quer ser apontado como o chato da rua.

Mas isso não é o pior, e as represálias que podem surgir após as denuncias?
No caso das igrejas sei que (sei mesmo?) ninguém vai me xingar ou agredir na rua, mas e no caso de uma casa noturna com seus leões de chácara plantados na entrada? Quem me garante que não vou encontrá-lo em frente a minha casa um dia desses?

Que vantagem Maria leva?
Não vejo alguma, só desvantagens.

E o absurdo não acaba aí. Para se verificar se o barulho está mesmo mu causando incomodo o fiscal deve fazer a medição de dentro da minha casa. Quantos de nós vamos querer um estranho dentro de casa às 2 da manhã de sábado para ver se o barzinho do lado está fazendo ou não muito barulho? Acho que poucos, ou ninguém.

“Queremos impedir os excessos na fiscalização. O importante é medir o barulho na casa do reclamante”, disse o vereador Carlos Apolinário (DEM). Sabemos muito bem aonde o senhor quer chegar. Já que não conseguiu livrar suas igrejas da lei, inclui a todos os estabelecimentos. Até agradeço, por não mais precisar durmir ouvindo Funk. Mas tentar silencia o Psiu não é a melhor saída.

Para o vereador Apolinário, as mudanças chegam para acabar com a "indústria da multa". Antes do abrandamento da lei, o estabelecimento que descumpria os limites determinados pelo Psiu podia ser multado entre R$ 4 mil e R$ 17 mil. Com a mudança, o valor máximo chega a R$ 8 mil e o mínimo, a R$ 500. O vereador destacou ainda que a multa será aplicada de acordo com a capacidade do estabelecimento.
Qual capacidade? Com a de produzir barulho ou a de pagar a multa? Quem tem mais dinheiro para pagar um buteco forrozeiro ou a igreja do pastor de carro novo?

Sobre a Lei

Nas zonas residenciais, o limite de ruído é de 50 decibéis, entre as 7 e 22 horas. Das 22 às 7 horas, cai para 45 decibéis. Nas zonas mistas, o limite das 7 às 22 horas fica entre 55 e 65 decibéis e entre as 22 e 7 horas, varia entre 45 e 55 decibéis.

Nas zonas industriais, é estipulado entre 65 e 70 decibéis das 7 e 22 horas e das 22 às 7 horas, entre 55 e 60. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 156 ou nas subprefeituras.

Obs.: Todas as comparações foram feitas baseadas no meu convívio. Tenho de fato uma igreja muito barulhenta na rua da minha casa, onde antigamente funcionava um bar e o pastor tem um carro novo. Tenho também nas proximidades um buteco que toca forró a noite inteira. Podem verificar, é só pegar o endereço comigo - Z/S.

Um comentário:

  1. Acho que o Deus de uns é mais surdo do que o de outros... Que "Deus" me perdoe, mas se Ele existisse, faria uma "magia" para os caras (os malditos barulhentos, sejam eles os malditos crentes ou os malditos profanos!, como minha maldita vizinha, que resolveu caminhar na maldita esteira à 1 da manhã!!!) deixarem os filhos Dele descansarem à noite.
    Abraços!
    Rodrigo De Giuli

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